Um Crime no Expresso do Oriente

Autor: Agatha Christie

Edição: RBA, 2008

Língua: Português

ISBN: 9788447359011

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É complicado fazer uma crítica a um livro de Agatha Christie sem dar spoiler. Afinal, abrir um livro de Agatha Christie é como abrir um puzzle completo, mas recebemos as peças espalhadas pelas páginas e temos de o montar. Quase temos de manter um pequeno caderno e apontar as pistas com um fio vermelho a ligar as peças. E é claro que um dos seus livros mais clássicos não seria diferente.

O livro é dividido em três partes que seguem o esquema básico da construção da narrativa. A primeira parte apresenta o problema, existe uma escalação da narrativa na segunda parte e na terceira temos a resolução. No entanto, desde a primeira parte, estamos o tempo todo agarrados ao livro e aos pensamentos de Poirot (embora o narrador seja heterodiegético) e à beira de perguntar às páginas :”O que vai acontecer a seguir? Quem é este assassino misterioso?”. Isto porque a escrita de Christie é leve, própria para levar numa viagem de comboio (Sim, é uma referência ao título do livro), voando pelas viciantes páginas, mas tentando ler as pistas que, muitas vezes, se encontram nas entrelinhas.

Acredito que é importante reler os livros de Agatha Christie para verdadeiramente apreciarmos a sua escrita. Se não o tivesse relido, como parte do #ReadChristieChallenge2022, não teria captado as idiossincrasias de todas a personagens. Não teria reparado nos maneirismos e na forma como falavam uns com os outros que irá revelar quem é o assassino, ou assassinos. Sim, porque não são só pistas físicas que são deixadas perdidas nos espaços em branco como se fossem as migalhas de Hansel e Gretel, mas existem pistas psicológicas que me fazem lembrar das pistas e descrições de Shirley Jackson, embora sem o mesmo nível de dificuldade linguística ou literária.

Para os fãs de policiais/mistério com um toque vintage, é um ótimo livro para adicionar à estante dos mais novos aos mais velhos.

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